segunda-feira, 23 de junho de 2008

“O MAIOR E O MELHOR SÃO JOÃO DO MUNDO”

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Título disputado por duas cidades nordestinas: Caruaru em Pernambuco e Campina Grande na Paraíba! Nas duas festas, o genuíno forró pé de serra dos trios regionais, além de consagrados nomes da música brasileira se apresentam durante todo o mês de Junho. A alegria das danças, das músicas e da boa comida típica são os ingredientes principais que não faltam nessas paragens!

O mês de Junho é para o Nordeste um período de festa e fartura. Mais do que o carnaval, são as festas juninas que melhor refletem a forte identidade cultural entre os Estados do Nordeste. S. João que é festejado no dia 24 de Junho leva a fama, mas as festividades acontecem durante todo o mês.


Quando,
o forró pé de serra é dançado,
ao som da sanfona e da zabumba,
o cheiro das comidas típicas da época,
começa a sair pelas casas,
a fumaça e o calor das fogueiras,
alegram os corações das pessoas,
é tempo,
da apresentação dos bacamarteiros,
das bandas de pífanos,
das famosas quadrilhas.
Quando,
Os homens vestem camisa xadrez e põe chapéu de palha,
as mulheres desfilam seus vestidos de chita enfeitados,
usam chapéu e muita pintura no rosto,
significa,
que a festa de S.João começou no grande arraial do Nordeste!




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Como já postei na semana passada, as festas juninas nordestinas são muito importantes. Para vários nordestinos que se encontram fora de seus Estados, voltar à terra natal, nessa época, para os festejos juninos é o grande sonho! E para quem já está lá, é um momento esperado e preparado durante o ano todo!

As tradições fazem parte das comemorações, ainda é comum no Nordeste, a formação de grupos festeiros que ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.

Se você não puder participar dessas festividades e saborear as comidas, aí vão algumas sugestões de receitas nordestinas que poderão ser preparadas em sua casa e fazer você sentir um pouquinho do sabor do grande S. João do Nordeste.

A minha amiga Regina Helena sugeriu essa receita que é típica da cidade do Recife.

BOLO PAMONHA


Ingredientes:

3 ovos
2 copos de milho verde
2 copos de açúcar
2 vidros de leite de coco
3 colheres (sopa) de manteiga derretida
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (chá) de sal

Modo de fazer:

Aquecer o forno.
Bater muito bem no liquidificador, os ovos, um copo de milho, um copo de açúcar e um vidro de leite de coco. Depois acrescentar o restante dos ingredientes e tornar a bater.
Atenção: É necessário bater em duas etapas para misturar bem todos os ingredientes, caso contrário o resultado não é bom!
Untar e enfarinhar uma forma de buraco no meio, despejar a massa e levar ao forno pré-aquecido a 180°C por aproximadamente 45 minutos.


BOLO MACAXEIRA (mandioca)



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Ingredientes:

1 kg de mandioca crua ralada
650 g de açúcar
5 ovos inteiros
1 coco médio fresco ralado
250 g de manteiga derretida

Calda:


2 xícaras de açúcar
1 xícara de água

Modo de fazer:

Levar ao fogo o açúcar em uma panelinha até dourar, ir adicionando a água até derreter, caramelizar uma forma de buraco no meio e reservar.

Em uma tigela, colocar a mandioca, o açúcar, os ovos, o coco e a manteiga, misturar tudo muito bem com um batedor e despejar a massa na forma caramelizada e levar ao forno a 200°C por aproximadamente 1 hora.


BOLO DE COCO

Ingredientes:

3 ovos inteiros
1 copo de leite
2 copos de açúcar
2 copos de farinha de trigo
2 colheres de margarina
½ pacote de coco ralado
1 colher (sopa) de fermento em pó

Calda:

1 copo e meio de leite
1 copo de açúcar
1/1 pacote de coco ralado

Modo de fazer:

Bater todos ingredientes da massa no liquidificador, menos o fermento que deverá ser adicionado no final e despejar em uma forma untada e enfarinhada. Levar ao forno a 180°C por aproximadamente 45 minutos. Fazer o teste do palito.

Calda:

Misturar os ingredientes da calda e despejar no bolo ainda quente.


BOLO SOUZA LEÃO

Este bolo traz entre os seus ingredientes um pedaço da história de Pernambuco. È o bolo mais famoso do Nordeste. Trata-se da verdadeira lenda da doçaria tradicional nordestina.
Com ingredientes simples, regionais, resulta em uma preparação de sabores marcantes como a mandioca, o coco e o açúcar.

Conta a história que esse bolo foi servido pela família Souza Leão, dona de extensos canaviais, ao imperador D. Pedro II e sua esposa, Teresa Cristina, em viagem a Pernambuco e o casal imperial deliciou-se com tal iguaria.

O lugar desse bolo em Pernambuco é tão nobre quanto a linhagem dos Souza Leão que o batizou, formada por senhores de engenho dos municípios de Jaboatão, Moreno e vizinhanças. A família Souza Leão tem vários ramos provenientes de onze engenhos de Pernambuco. Com o passar do tempo, os herdeiros foram criando receitas com pequenas variações e proporções de ingredientes. Na realidade, fica difícil identificar a receita original. No final têm-se vários bolos, mas todos muito parecidos com um pudim e muito saboroso, quem prova nunca mais esquece!

O principal ingrediente desse bolo é a puba ou massa de mandioca, que é uma massa úmida de cheiro e sabor acres, obtida da fermentação da mandioca. È encontrada à venda nas casas do Norte.

De todas as receitas que eu pesquisei selecionei aquela que achei mais fácil de preparar.



Ingredientes:

120 ml de água fria
250 g de açúcar
1 pau de canela
6 cravos da Índia
1 colher (café) de semente de erva doce
100 g de manteiga (não serve margarina)
250 g de puba
4 gemas
180 ml de leite de coco
Uma pitada de sal
Manteiga para untar

Modo de fazer:

Numa panela fazer uma calda em ponto de fio com a água e o açúcar, procedendo da seguinte maneira:
Antes de começar a cozinhar, dissolver completamente o açúcar na água. Levar para ferver e não mexer mais até atingir o ponto desejado, para não açucarar.
Para saber o ponto certo, ao retirar um pouco da calda com uma colher ou garfo, um fio fino se formará e acompanhará os movimentos da mão.
Neste ponto adicionar à calda o pau de canela, os cravos e a erva doce. Retirar do fogo, coar e com a calda ainda quente colocar o sal e a manteiga. Deixar esfriar.

Em outro recipiente, misturar a massa puba e as gemas uma a uma. Acrescentar aos poucos o leite de coco e misturar até a massa ficar homogênea.
Acrescentar a calda fria e misturar muito bem.
Preaquecer o forno a 200°C.
Untar uma forma com buraco no meio, despejar a massa e assar em banho maria (igual pudim), coberto com papel alumínio por aproximadamente 50 minutos. Retirar o papel e assar até ficar dourado, por cerca de 10 minutos.



5 comentários:

Mari disse...

Maaaaaaaaaaaae, aqui também é comemorado o dia de São João, é tão comemorado que na Catalunia é feriado amanhã hehehe. Hoje tem festa na praia e muitos fogos de artifício. A noite de hoje é chamada de La Verbena de Sant Joan!!! Depois conto como foi. Eu e a tati vamos fazer a cocada hoje!!! beijooos

disse...

Tia! vc tem me deixado com muuita água na boca!

Que vontade de comer todas essas coisas boas =D

Fora que seus textos estão demais! Mto legal mesmo. Não pare!

Eu amo festa junina e aqui em Portugal a comemoração dos Santos Populares (em especial Antonio e Joao) tbm é bem forte! E a festa bem parecida com a nossa. A principal diferença está justamente nas comidas. Aqui come-se sardinha e mais sardinha! E tbm não tem quadrilha hehe

Aqui em Lisboa a grande comemoração é no dia 12 de junho, véspera de Sto. Antonio! E no Porto é hj, véspera de S. João!

Bjos e saudades!
Ah! Esse final de semana estou indo visitar a sua filhota! Pode deixar que vou cuidar bem dela =D

In Cucina disse...

Queridas, aproveitem essas festas juninas aí em Portugal e Espanha que é onde tudo começou!
Não há dinheiro que pague esses momentos maravilhosos!!!
Beijos, Teresa

Anônimo disse...

Teresa, as festas juninas e o melhor São João são assuntos interessantes de se lêr e aprender. As comidas típicas da época e das diversas regiões do Brasil fazem essa riqueza de tradições e iguarias. Parabéns, cada dia você me surpreende mais com coisas novas e conhecimentos atualizados.um Beijão. Aurelio

REGINA HELENA disse...

Olá Teresa!!!!
Acabei de voltar do Recife, mais precisamente de Vitória de Santo Antão, cidade a 40 km da capital.Senti na pele o que descreveu em seu texto, por sinal, maravilhoso! Fomos a um típico forró de São João com direito até a tiros de bacamarte!!!!
Seu blog está lindo e fico esperando pelas receitas e pelos textos!
Parabéns!
Beijos
Regina Helena